Diários de
Cumuruxatiba
Semana de 14 a 21 de março de 2016/21 a 17 de abril de 2016
Ainda estamos com dificuldade na construção da nova dinâmica
da V-E. Pela manhã, a presença é pequena. Havia, 3 crianças já inscritas, e
vivendo o trabalho no ano passado, porém, apenas uma tem vindo com certa
regularidade. Eles atribuem este movimento ao fato de por muito tempo não terem
tempo para dormir de manhã, pois por pelo menos 3 anos seguidos estudaram, na
escola convencional, neste horário.
Estamos conversando sobre a possibilidade de abrirmos 5
vagas neste horário. Esta hipótese foi mencionada na roda e o pessoal da tarde,
a princípio, achou que não seria legal não ter ninguém da lista de espera
entrando também à tarde. O turno da tarde tem 15 crianças, em alguns dias,
apenas dois educadores. Também vale lembrar que a lista de espera tem mais de
30 crianças, a imensa maioria só poderia vir na V-E à tarde – neste momento,
apenas duas pessoas da lista poderiam frequentar a V-E pela manhã. A conversar
mais!
E haja conversa! Agora já é dia 14 de abril! E, finalmente,
estamos com um grupo bacana nas manhãs da Vila-Escola.
Resumindo: em roda, a turma resolveu criar um grupo de 10
pessoas para a manhã e abrir duas vagas para a tarde. 03 já estavam inscritas
para a manhã, como já dissemos. A dinâmica combinada foi: entrar na lista de
espera – quase não havia ninguém nesta lista que pudesse frequentar a V-E pela
manhã. A V-E tem, neste momento, 18 vagas para a tarde e 10 para a manhã.
Na quinta-feira, 14, houve o encontro definitivo para
formação do grupo.
Manhã de 15 de abril, podemos considerar este o 1º dia de
funcionamento pleno da Vila-Escola Projeto de Gente, turno da tarde. Nove
pessoas presentes: 02 educadores e 07 meninos e meninas. Conversa boa. Dois ou
três foram estudar para um compromisso na escola convencional, enquanto o resto
foi assistir a um filme. Depois, durante o lanche, foi deliberado o quadro de
atividades para as manhãs.
Um episódio merece ser relatado. Dois ou três meninos
estavam na cozinha quando um educador entrou. Imediatamente os três abaixaram a
cabeça, evitaram o olhar do educador e saíram. O fato é que eles haviam
“assaltado” a geladeira e o armário. Para nós, mais uma vez, fica claro o
treinamento cotidiano da moçada no sentido de quebrar o que é imposto, mesmo em
um lugar onde nada é imposto, onde qualquer possibilidade pode ser combinada,
onde nada está trancado. O treinamento é tão bem feito que as crianças ficam
treinadas para não pensar na hipótese de propor uma combinação, simplesmente “quebram”
a regra a que estão acostumadas – mesmo onde ela não vige. Não se lembram que
têm instrumentos para organizar o espaço que é de todos.
De todo modo foi mais um belo momento para trabalhar estas
questões.
Bom começo!
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